Editorial

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Este Editorial é um editorial de tarefas.

I) Grupos Temáticos de Trabalho (GTs)

A diretoria da ANPOF tem sido repetidas vezes inquirida por colegas de várias instituições de pós-graduação em filosofia sobre como deverá ser o funcionamento dos Grupos de Trabalhos, como isto foi matéria dos editoriais dos primeiros boletins deste ano e, algumas pessoas não tiveram acesso a eles reproduzimos a seguir parte destes editoriais.

O crescimento nacional da ANPOF, atestado pela publicação dos resumos de trabalhos do Encontro de 1998, indica não só a importância institucional adquirida pelas pós-graduações em Filosofia, mas também a necessidade de uma política que coordene esforços e assegure a troca de informações. De fato, o Encontro de 1998 evidenciou que nenhum de nós pode, hoje, como podia, ontem, acompanhar todos os trabalhos apresentados e que corremos o risco de grande dispersão, dificultando o intercâmbio filosófico e discussões mais aprofundadas de pesquisas relevantes realizadas em nossa área.

Com o fito de romper o isolamento das pesquisas, de promover discussões contínuas e sistemáticas entre os pesquisadores e de permitir que o Encontro Nacional ofereça os resultados dos trabalhos de maneira a que possam ser acompanhados pelo maior número de pesquisadores, a Diretoria acata a decisão da Assembléia Geral da ANPOF, de 29 de setembro de 1998, de criação dos Grupos de Trabalho (GTs).

Além disso, sabemos todos dos tempos difíceis que atravessaremos nos próximos anos, em decorrência da situação econômica do país e das mudanças que vem sendo programadas para as instituições universitárias. Os Grupos de Trabalho serão, por isso, uma excelente estratégia para otimizar recursos, dando-lhes um emprego coletivo e sistemático, além de se oferecerem como proteção institucional para o trabalho de pesquisadores que não possam contar com forte apoio de suas instituições de origem. Além disso, é preciso mencionar o papel formador que, no longo prazo, terão junto ao jovens pós-graduandos.

Normas Gerais para constituição de um Grupo de Trabalho

  1. ser inter-institucional, isto é, composto por membros de no mínimo, duas instituições diferentes;

  2. ser inter-estadual, isto é, composto por membros de no mínimo dois estados da federação;

  3. possuir um núcleo de sustentação de, no mínimo, 5 (cinco) professores-pesquisadores, reconhecidos por seus trabalhos pela comunidade acadêmica, dos quais dependem a definição da temática, a organização dos trabalhos e a aceitação de novos participantes pesquisadores, estimulando a participação de pós-graduandos, particularmente os doutorandos;

  4. se necessário, possuir um grupo de apoio formado por pesquisadores (professores e/ou pós-graduandos) que possam pertencer a um outro GT como primeira escolha, de modo a permitir maior comunicação entre os diversos âmbitos da filosofia;

  5. apresentar resultados de trabalhos no Encontro Anual evitando a multiplicação e dispersão das apresentações e assegurando que possam ser acompanhados pelo maior número de associados;

  6. apresentar um projeto contendo objetivos, justificativa e composição do núcleo de sustentação (com curriculum vitae resumido - uma lauda - dos proponentes). O projeto será analisado por uma comissão científica designada pela Diretoria da ANPOF, antes de sua aprovação definitiva.

  7. as associações filosóficas que queiram apresentar-se com GTs ou propor a constituição de vários GTs a partir de seus trabalhos internos poderão fazê-los.

Entrega de proposta de GTs até 30 de novembro de 1999

Como salientamos no Boletim v. 3, n. 8 os Encontros Nacionais da ANPOF exigem um ano de preparação, estamos portanto no próximo mês de outubro iniciando a organização do IX Encontro Nacional de Filosofia da ANPOF, que deverá ser estruturado contando com os Grupos de Trabalhos.

Nós já recebemos a proposta de vários GTs, contudo muitos ainda não as enviaram. Resolvemos então estender o prazo até o dia 10/12/99, para que os Grupos que quiserem participar do IX Encontro como GTs enviem suas propostas.

Estaremos analisando todas as propostas de GTs na primeira quinzena de dezembro. Obviamente está resguardado o direito daqueles que quiserem se apresentar individualmente e que participarão do IX Encontro através de suas pós-graduações. Ou seja o prazo de 10/12/99 refere-se apenas aqueles Grupos que desejarem participar do X Encontro da ANPOF como GTs.

II) Banco de dados

Explicamos aos colegas que o crescimento da ANPOF e a criação de GTs exigem a constituição de um banco de dados que facilite o intercâmbio entre as pós-graduações de filosofia, auxilie a preparação dos eventos da ANPOF (os dados fortalecem os pedidos de auxílio da Associação às agências de fomento à pesquisa), permita divulgar a importância de nosso trabalho na produção nacional de conhecimentos e sirva de apoio a convênios internacionais.

Publicamos no Boletim v. 3, n. 8 um formulário, solicitando que fosse preenchido pelos coordenadores de pós-graduação, até o momento nada recebemos como resposta. Colocamos por isso a seguinte questão: embora a reunião dos coordenadores No VIII Encontro da ANPOF, tenha afirmado a importância da formação de um banco de dados, na verdade, os coordenadores julgam essa prática inútil? Se for o caso, solicitamos que nos escrevam apresentando suas discordâncias de maneira a evitar que continuemos a pedir informações que não virão. Se, porém, os coordenadores concordam com a formação desse banco de dados, solicitamos que enviem o mais breve possível os dados pedidos no formulário (mínimo, na realidade), que voltamos a publicar no final deste boletim.

III) Consolidação de cursos de pós-graduação

No Boletim anterior, o artigo de Danilo Marcondes, então representante de área na CAPES, informava que muito cursos de pós-graduação, após a avaliação da CAPES, estavam sendo reestruturados para consolidar-se. Em nosso programa de gestão, dissemos que a diretoria da ANPOF se dispunha a auxiliar no que fosse possível, no trabalho de reestruturação desses cursos, fomentando encontros e intercâmbios de estudantes. Queremos aqui reafirmar nossa disposição em auxiliar nos trabalhos e aguardamos as solicitações dos colegas.

IV) Implantação de cursos de pós-graduação

Nossa posição é a mesma do item anterior.

V) O implícito da anuidade

Foi proposta, na última reunião nacional da ANPOF, que os cursos de pós-graduação de filosofia oferecessem uma quantia simbólica como pagamento de uma anuidade à ANPOF, assegurando o custeio de alguns gastos, tais como os de pagamento de serviços de secretaria, postagem (correspondências e livros) e gastos de manutenção (telefonemas, fax e home-page). Essa proposta foi polêmica e vários cursos de pós-graduação se consideraram incapazes de aceitá-la. Alguns coordenadores lembraram a diferença entre a ANPOF e a ANPOCS, que cobra uma anuidade, assinalando que a ANPOF é uma associação dos programas de pós-graduação e não de professores e estudantes de pós-graduação, como é o caso da ANPOCS. Essa ponderação é válida e por isso mesmo ela coloca uma questão: a ANPOF deve continuar sendo uma associação de programas ou deve mudar de natureza?

Evidentemente, não é a anuidade que suscita uma questão deste porte. O que a suscita é o crescimento da ANPOF (pois foi esse crescimento que colocou a necessidade de uma anuidade, ainda que simbólica e destinada a gastos mínimos e necessários ao cotidiano da associação).

Em outras palavras, é o vínculo institucional da ANPOF com os programas de pós-graduação que se expressa na polêmica em torno da anuidade. O que estamos propondo aqui é que discutamos se esse vínculo institucional deve ou não ser mantido. Quais as vantagens intelectuais e de política acadêmica em mantê-lo ou desfazê-lo?

VI) Relação com as agências de fomento à pesquisa

Tanto o artigo de Danilo Marcondes, no último boletim, como o relato (Boletim, v. 3, n. 8) do Encontro no CNPq, em 29/05/99, entre o vice-presidente daquela Instituição, diversas associações de pós-graduação e coordenadores de projetos da área apoiados pelo PRONEX, indicam que as agências de fomento à pesquisa, seguindo as diretrizes do Governo Federal, estarão alterando suas relações com os vários níveis de pesquisas existentes. Dessa alteração, os dois primeiros indicadores são:

a) no nível da iniciação científica ou da graduação, o término do PET;
b) no nível da pós-graduação, o não reconhecimento do Mestrado para fins de financiamento, credenciamento e currículos, e a diminuição dos prazos para as teses de Doutorado;
c) exigência de estágios docentes dos bolsistas da CAPES.
Julgamos não só que nossos representantes juntos as agências necessitam de dados e informações para combater essas medidas, como ainda julgamos necessário um pronunciamento público da ANPOF a esse respeito. Embora o PET não seja de nossa alçada, visto ser um programa ligado à graduação, todavia, sabemos ter sido ele um programa importante para os Departamentos de Filosofia que ainda não possuem cursos de pós-graduação e um estímulo para a criação destes últimos.

Os seis pontos acima enumerados indicam a necessidade de um encontro da direção da ANPOF com os coordenadores de pós-graduação para que possamos deliberar e decidir sobre o curso de ações que devem ser realizadas antes do Encontro Nacional de outubro de 2000. Por isso estamos propondo aos coordenadores uma Jornada de Trabalho, a realizar-se, em São Paulo, no Departamento de Filosofia da USP, na segunda semana de dezembro e cuja pauta são os seis pontos acima apresentados. Enviaremos cartas aos coordenadores comunicando a data precisa.

Marilena Chaui
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